Inovações englobam questões relacionadas a mulheres e pessoas negras, federações, limite para candidaturas e consultas populares, entre outras
06/12/2023 12:07 - Atualizado em 10/01/2024 17:53
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A legislação que regulará o processo de escolha das candidatas e candidatos no próximo ano sofreu alterações significativas desde as últimas eleições municipais em 2020. Mudanças essas já implementadas nas eleições gerais de 2022, mas que serão aplicadas pela primeira vez em eleições municipais. Dentre elas, destacam-se inovações para reforçar a atuação política da mulher e outros grupos sociais sub-representados; combate à desinformação; e a criação das federações partidárias.
Combate à desinformação e à violência política contra a mulher
A Lei 14.192/2021 instituiu o crime de divulgar, no período de campanha eleitoral, fatos inverídicos sobre partidos ou candidatos para exercer influência no eleitorado. Se o caso envolver menosprezo ou discriminação à mulher ou à sua cor, raça ou etnia, há agravante — a pena aumenta de um terço até a metade.
A norma também tornou expresso que não será tolerada propaganda eleitoral que deprecie a condição da mulher ou estimule sua discriminação.
Para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, essa lei prevê, ainda, pena de um a quatro anos de reclusão nos casos de assédio, constrangimento, humilhação, perseguição ou ameaça, por qualquer meio, à candidata ou detentora de mandato eletivo, assim como na hipótese de menosprezo à mulher ou à sua cor, raça ou etnia. Se a vítima for gestante, pessoa com deficiência ou tiver mais de 60 anos, a pena é maior.
Federações partidárias
A criação das federações é outra mudança significativa. Introduzida na Lei dos Partidos Políticos, por meio da Lei n. 14.208/2021, a federação tem estatuto próprio e os mesmos direitos e deveres de um partido. A união entre as agremiações tem abrangência nacional e funciona como um teste para uma eventual fusão ou incorporação envolvendo as legendas que fizerem parte da federação.
Os partidos que formarem a federação devem permanecer nela pelo período mínimo de quatro anos, respeitada sua autonomia. Caso um dos partidos saia da federação, não poderá utilizar o Fundo Partidário pelo prazo que falta para completar os quatro anos, entre outras proibições.
Limite de candidaturas e distribuição de sobras eleitorais
Já a Lei 14.211/2021, que alterou o Código Eleitoral e a Lei das Eleições (Lei 9.504/97), reduziu o limite de candidaturas que um partido político poderá registrar nas eleições proporcionais do próximo ano. O número de registros de candidaturas será igual a 100% +1 das vagas a preencher na Câmara de Vereadores da cidade — antes o limite era de 150% a 200% das vagas em determinados casos.
A norma também previu que os partidos, para conquistarem cadeiras na distribuição das “sobras”, devem atingir 80% do quociente eleitoral e as candidatas e candidatos devem ter recebido votos diretamente em número de no mínimo 20% desse quociente. Contra essa nova regra, foram apresentadas três ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs n. 7.228, 7.263 e 7.325), cuja votação está suspensa por conta de pedido de vista do ministro André Mendonça em 25/8/2023.
Participação política
A Lei 14.211/2021 dispôs, ainda, sobre os debates eleitorais em eleições proporcionais. Agora, além de ser necessário assegurar a presença de candidatas e candidatos ao mesmo cargo de todos os partidos, também é preciso respeitar a proporcionalidade entre homens e mulheres (mínimo de 30% para cada gênero).
Já a Emenda Constitucional n. 117/2022 estabeleceu que cada partido deve disponibilizar recursos do Fundo Eleitoral, do Fundo Partidário e tempo gratuito de rádio e televisão respeitando o percentual mínimo de 30% e máximo de 70% entre homens e mulheres, mesmo percentual especificado para o registro de candidaturas de cada gênero.
Outra jurisprudência constitucionalizada da Corte Eleitoral foi a de que as quantias dos referidos fundos e do tempo de rádio e TV devem ser distribuídos na mesma proporção do número de pessoas negras registradas pela agremiação para concorrer ao pleito.
Consultas populares
A realização de consultas populares sobre questões locais concomitantemente às eleições municipais é uma novidade criada pela Emenda Constitucional n. 111/2021. Para tanto, as Câmaras de Vereadores devem aprovar e enviar os quesitos à Justiça Eleitoral até 90 dias antes do pleito.
Fidelidade partidária
A norma também previu a flexibilização da fidelidade partidária. Agora a vereadora ou vereador poderão trocar de sigla com a anuência do partido, sem prejuízo do mandato. Antes, só não perderia o mandato no caso de desfiliação por justa causa ou troca de partido na janela partidária (período de 30 dias, seis meses antes do pleito em anos eleitorais).
Arrecadação de recursos via Pix
Vale destaque, ainda, a inovação sobre a possibilidade de arrecadação financeira de campanhas pelo Pix, desde que a chave do recebedor seja o CPF, que o TSE permitiu ao responder afirmativamente à consulta pública do Partido Social Democrático (PSD) em 2022. Outra mudança recente implementada por causa da ADI nº 5.970/DF, julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021, foi a possibilidade de realização de apresentações artísticas ou shows musicais que tenham o objetivo específico de arrecadação para campanhas, sem promoção de quaisquer candidaturas.
imprensa@tre-sp.jus.br
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Entre os municípios, 60 têm apenas um idoso nesta faixa etária, enquanto outros 57 não registram nenhum indivíduo com 100 anos ou mais.
O grupo da população com mais de 65 anos triplicou no Piauí nos últimos 40 anos. A população desse grupo representa, hoje, 10,7% do total da população. No ano de 1980 os idosos representavam 3,7% da população no Estado. Os dados foram revelados pelo Censo Demográfico de 2022. O estudo revelou, ainda, que a população do Piauí é de 3,2 milhões de habitantes.
Essa é a quarta divulgação de dados do Censo Demográfico 2022 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na primeira divulgação, o IBGE divulgou os dados de população e domicílio e, em seguida, realizou a divulgação dos dados relativos a comunidades tradicionais - quilombolas e indígenas.
Os dados divulgados hoje (27) revelam um processo de envelhecimento populacional acelerado. Para o IBGE, o envelhecimento populacional revela uma melhoria na qualidade de vida, mas, indica que há muito trabalho a se fazer em prol desse segmento da população.
"O Brasil vive um processo de envelhecimento populacional com uma transição demográfica acelerada. Quase triplicou o número de idosos em quatro décadas. Desde a década de 60 observa-se a redução na taxa de fecundidade, e como consequência temos o processo de envelhecimento da população", disse Leonardo Passo, superintendente do IBGE no Piauí.
Em contrapartida, as políticas públicas precisa se adaptar a esse movimento dinâmico da população brasileira.
"Essa população que envelhece precisa de um atendimento especial. Vamos ver uma redução na necessidade de atenção, por parte do poder público, para com a população de menor idade [crianças], e uma maior atenção com a população de mais idade", explica o analista do IBGE, Marko Galleno.
As informações apresentadas pelo IBGE podem representar oportunidades para diversos segmentos da economia.
"A população acima de 65 anos, provavelmente, é uma população aposentada. Dependendo do seu nível de renda, ela pode ser um público alvo para o turismo. Isso faz com que diversos setores tenham que se programar para isso, não só o poder público", diz Marko Galleno.
Piauí tem 70 mil mulheres a mais que homens
Os dados do Censo Demográfico 2022 mostraram que as mulheres ainda são maioria do Brasil e, também, no Piauí. No Brasil temos 6 milhões de mulheres a mais, que o número de homens. E no Piauí são 70 mil mulheres a mais que homens.
No Piauí, para cada 100 mulheres temos 95,8 homens. Esse número deixa o estado do Piauí dentro da média nacional da relação entre homens e mulheres no Brasil.
A distribuição de habitantes por sexo nos municípios piauienses não é homogênea. Ela varia conforme a cidade e com a atividade econômica predominante.
"Temos, por exemplo, 135 municípios do Piauí em que o número de homens é maior que o de mulheres", revela o superintendente do IBGE.
Fonte: https://cidadeverde.com