As gêmeas Joyce e Jéssica Lino, que deram à luz duas meninas na mesma sala de parto na manhã de domingo (26), receberam alta no fim da manhã desta terça (28) do hospital onde estavam, em Içara, no Sul catarinense. Depois de passarem juntas pelo trabalho de parto, as irmãs de 23 anos não vão se desgrudar nos próximos dias: elas ficarão na mesma casa enquanto se recuperam do parto.
“Vai ficar todo mundo junto na casa da minha sogra”, conta o professor de educação física Luís Augusto de Moreira, marido de Jéssica e pai de Valentina. O casal, que já mora na casa da mãe das gêmeas, na parte de baixo, terá a companhia de Joyce e sua família, que ficarão em um quarto na parte de cima da residência, no município de Balneário Rincão.
A mudança provisória já estava prevista antes do parto duplo. “Já tinha deixado um bercinho na casa da minha mãe. Vou ficar um tempinho lá até ficar mais forte e poder ir para minha casa”, conta Joyce, que vive a 14 km da mãe, em Içara.
“A casa é grandona, mas devo ficar no máximo uns 15 dias. Depois, quero ficar no meu cantinho”, conta a jovem pescadora, que irá cuidar da filha ao lado do marido, o motorista Jorge José Bezerra Júnior.
Aos poucos, elas vão se adaptando à nova rotina. "Acho que minha filha é mais dorminhoca", conta Joyce, que se considera mais agitada do que a irmã. "Mas nós duas gostamos bastante de dormir."
Joyce diz que as duas quase não têm descansado desde o nascimento das filhas – que trouxe também a fama repentina para a família. “Está todo mundo só falando disso”, contou Joyce na manhã desta terça, enquanto se preparava para deixar o hospital ao lado da irmã.
Mãe das gêmeas e avó de Valentina e Emanuelle, Clenir Lino Borges não via a hora de cuidar de perto de todas as suas meninas. "Foi um presente para todos nós".
Partos normais
As gêmeas deram à luz com intervalo de três horas na manhã de domingo (26), de parto normal. De acordo com o Hospital São Donato, que atende pela rede pública, não foi usado nenhum método para acelerar o nascimento dos bebês e as crianças nasceram na forma “mais natural possível”.
Joyce e Jéssica começaram a sentir as dores no início do sábado e passaram o dia se comunicando por mensagens de celular quando decidiram ir juntas para o hospital. “Chegamos todos juntos. A gente não acreditava que elas fossem nascer juntas, foi um fato inédito no hospital”, lembra o motorista Jorge José Bezerra Júnior, marido de Joyce.
As irmãs foram levadas para a mesma sala de parto e ficaram lado a lado durante as contrações, que atravessaram a madrugada. “A Jéssica estava sentindo mais dor. Eu quase fui liberada para voltar para casa, mas fiquei para dar apoio a ela e acabou que minha filha nasceu antes”, conta Joyce, que deu à luz Emanuelle às 8h do domingo.
Durante o trabalho de parto, elas contam que deram apoio uma à outra. “Mas não falávamos muito, estávamos desnorteadas de dor”, lembra Joyce, que teve o primeiro filho, de 6 anos, de cesariana. “Eu estava muito ansiosa”.
Irmã viu parto da outra
Em meio às fortes contrações, Jéssica viu Joyce dar à luz Emanuelle. “A hora em que ela nasceu, acelerou meu processo, que estava demorando”, conta Jéssica. Às 11h, nasceu Valentina. Desde então, as duas viraram atração na maternidade. “Toda hora vem alguém no quarto querendo saber das gêmeas que tiveram neném”, diverte-se Joyce.
As crianças também nasceram praticamente do mesmo tamanho. “A minha nasceu com 2,8 kg e 48 centímetros. A da Joyce, com 2,7 kg e 47 centímetros”, conta Jéssica. O avó paterno de Valentina, Vilmar Moreira, garante que as primas são bem parecidas, assim como as mães. “São idênticas, só muda a boquinha”.
E as coincidências não param por aí. As meninas nasceram no dia da avó. “Voltei no tempo, relembrei o dia que ganhei as duas, de parto normal, e nem sabia que eram gêmeas”, conta funcionária pública Clenir Lino Borges, sobre o presente duplo que ganhou. “Acho que Deus ia mandar gêmeas para uma delas, mas resolveu dividir”, acredita a avó.
fonte:http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/
Por Assis Carvalho
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